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Hunters: 1ª Temporada - CRÍTICA - Geek Guia
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Hunters: 1ª Temporada – CRÍTICA

Hunters: 1ª Temporada – CRÍTICA

Pra você que espera ‘Bastardos Inglórios’ poderá se decepcionar um pouco

É lógico que vermos nazistas sendo caçados no mesmo nível de suas atrocidades é algo a ser apreciado. Vide o que Quentin Tarantino fez em seu filme citado no subtítulo desta crítica: Agressividade, sadismo e um toque satírico, ao mesmo tempo cativante!
E por esta linha pensamento a nova série da Amazon Prime pretende apresentar um time capaz de acabar com o que restou desse regime contando com um humor assertivo, um elenco estrelado e um produtor que ganhou o Oscar, Jordan Peele. Porém nem tudo aqui sai como o esperado, o que se poderia ser um novo clássico televiso, se torna um enfadonho jogo de espionagem, que apesar da violência gráfica, de uma trama interessante, não consegue empolgar e muito menos servir de comparação a outra obra com a mesma premissa.
Ou seja, nem só de Al Pacino se vive uma obra!
Jonah é um jovem judeu que vive com sua avó, Ruth, no Brooklyn, me meados dos anos de 1970. Um dia, a senhora acaba sendo assassinada e isso com que o rapaz se alie a Meyer, líder de um grupo de caçadores de nazistas, em busca de vingança. Mas o que parecia ser apenas uma missão para subjugar extremistas, acaba se tornando uma trama muito maior que envolve o surgimento do Quarto Reich.
Com direção de Alfonso Gomez-Rejon, Wayne Yip, Nelson McCormick, Dennie Gordon, Millicent Shelton, Michael Uppendahl e escrita por David Weil, a produção mergulha em trazer para próximo do público o que aconteceu com alguns remanescentes do regime nazista e como eles se infiltraram na América do Norte. A cada episódio vamos sendo apresentados a novos membros do antigo partido, o que fazem agora e como ainda são capazes de articular uma nova trajetória em meio a política, cultura e na sociedade como um todo. Para isso, não ficam de fora o tom de violência e suspense, em cenas onde a atmosfera criada de real medo do que possa acontecer.
Como na sequência de abertura da série: o que aparenta um simples churrasco de uma família tradicionalmente americana se transforma numa demonstração de preconceito e selvageria (Nada muito diferente do que vemos hoje). Desta forma os diretores apostam na exposição gráfica nos momentos de ação, criando então situações onde os confrontos se tornam verossímeis, ao mesmo tempo nos façam desviar o olhar da tela pelo impacto causado. De igual modo, a ambientação é exímia, a criação dos Estados Unidos na década de 70 é repleta de detalhes, referências às histórias em quadrinhos, presentes na estética dos episódios e na edição, além do trabalho de maquiagem e figurino ajudarem totalmente a contar essa história.
Tal história que permeia acontecimentos reais e outros inventados, para dar um tom de crueldade maior aos inimigos que precisam ser caçados, como na cena do Xadrez humano ou na banda que começa a tocar uma canção tradicionalmente judia. A direção utiliza desses momentos para capturar a atenção, a repulsa e ao mesmo tempo dar ao público o mesmo senso de justiça e vingança que está relacionado o grupo de personagens.
Porém, ainda assim, a série possui alguns problemas!
 
 
Pois nem só de estética e um bom elenco sobrevive uma série.
A narrativa permeia então as investigações e missões que os Caçadores passam a desenvolver assim que Jonah adentra a equipe, já que sua avó era uma antiga membro da organização. Isso faz com que todas as ações se tornem cada vez mais pessoais e a vingança venha conduzir cada uma das atitudes.
Contudo ‘Hunters’ sofre do mesmo mal de algumas outras produções de serviços de streaming: Uma ideia muito boa, mas uma execução não tão competente (Vide Carnival Row).
Por mais que possua uma premissa empolgante, que consegue capturar a atenção do espectador, aos poucos isso vai se perdendo devido ao ritmo da trama que vai ficando arrastado, repleto de diálogos previsíveis e momentos onde era necessário um acontecimento mais agitado! E não é isso que recebemos. Assim, tudo aqui parece fazer parte da fórmula que permeia séries realizadas nesses moldes: A trama começa a se desenvolver, entra cena de uns cinco minutos onde os protagonistas vão discutir algo que não é importante para aquele momento e se encerra com uma frase clichê! E aí sim, vemos a cena que nos importa! Principalmente porque aqui, ainda que se apresente questões sobre extremismo, fanatismo, preconceito e racismo, nada disso realmente se torna objeto de discussão. O que poderia muito bem ser usado como elemento durante as falas cansativas de boa parte do elenco.
Logo, o jogo de espionagem estabelecido se faz totalmente peculiar e ajuda a movimentar situações que estão beirando o enfadonho, contudo, somos entregues a tais ocasiões por personagens estereotipados, com inspiração em outras histórias, mas sem o carisma o suficiente para manter a sua referência!
O resultado: se você esperava encontrar um Bastardos Inglórios nos anos 70, certamente receberá mais do Inglórios do que dos Bastardos!
Hunters consegue ambientar com assertividade sua história e criar momentos onde a violência é um atrativo para que sua história desenvolva o sentimento que cerca cada um de seus personagens.
Contudo, por mais que haja um esforço da direção, o ritmo da produção acaba tornando a narrativa cada vez mais difícil de ser continuada por quem assiste, pois em momentos onde se deveria prosseguir com a trama, se abre espaço para nuances que não são importantes para o produto final da série. Ao final, a obra não consegue atingir o seu potencial devido, por mais que possua uma boa história e um elenco dedicado em fazer tudo isso ganhar vida, sobra texto vazio e falta um discurso de maior peso!
Logicamente, um fato inegável nisso tudo é que é muito bom ver nazistas apanhando até a suástica virar cata-vento!
Saudade do Tenente Aldo Raine! 

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