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Bob Marley: One Love | CRÍTICA

Bob Marley: One Love | CRÍTICA

‘Bob Marley: One Love’ é uma cinebiografia que foca na mensagem e não no homem em si

Todo mundo conhece Bob Marley! Falou em Jamaica? Falam de Bob. Falou em dreads? Bob Marley. Ironicamente, e preconceituosamente, quando falam de uso de maconha também falam do Bob. Mas todo mundo sabe o que foi este homem para a história do seu país e para o mundo do reggae e da música?

O filme “Bob Marley: One Love” tenta nos apresentar quem foi esta figura e será que deu certo?

De 1976 a 1978

Já começo falando isso: Não espere uma cinebiografia contado a história do personagem principal de sua infância até seu último dia de vida!

A trama começa em 1976, que precisamos contextualizar, era um período de intensos conflitos onde traficantes comandavam as ações na Jamaica depois que o país conseguiu a independência do Reino Unido. Dito isso, Bob Marley (Kingsley Ben-Adir) está prestes a se apresentar no Smile Jamaica, festival que tinha intenção de acalmar a população.
Até aconteceu um atentado contra sua vida e membros da sua banda The Wailers, mas nada impediu que o homem subisse no palco na missão de tentar transmitir a paz.

Mas não deu certo. Não totalmente!
Segundo conselhos, Bob acabou se “exilando” em Londres onde no período fora de sua terra natal começou a escrever músicas que mais tarde viriam a compor seu álbum mais famoso “Exodus” lançado em 1977, onde as canções misturavam politica, amor e liberdade. Ganhando ainda mais fama e notabilidade, o cantor e banda fizeram um turnê pela Europa e EUA, e retornando para Jamaica em um show memorável em 1978.

Ou seja, a grande trama do filme acontece ao longo de 3 anos que foram intensos e memoráveis para o mundo da música!

Foto: Bob Marley – One Love / Divulgação: Paramount Pictures Brasil

Acima do homem está o símbolo

O filme desafina em algumas partes!

Focando apenas nos 3 anos antes aqui citados sabemos muito pouco sobre a vida do Bob antes da fama. Sabemos por meio de flashbacks que ele foi abandonado pelo pai e também como ele conheceu sua esposa Rita (Lashana Lynch). Mas são flashbacks soltos em cenas aleatórias, sabem? Outra coisa: o elenco pode ter vários atores jamaicanos, mas escolheu como personagens principais atores britânicos. Não é uma crítica em si, apenas uma observação.

Apesar disso, uma das grandes sacadas do filme foi a escolha do Kingsley Ben-Adir como o ator a interpretar o Bob. As semelhanças físicas com o Rei do Reggae são impressionantes e o mesmo transmitiu o carisma de forma igual. Aliás, Bob dizia que não buscava os lucros desde que pagassem sua banda pois o que ele queria mesmo era espalhar sua mensagem de paz, liberdade e amor. O mesmo também sempre pregava a palavra de Rastafari, movimento religioso afrojamaicano que tinha como líder o Haile Selassie (Jah).

Talvez, uma das controversas do Bob seja dizer que não apoiava partido X ou Y em seu país. De certa forma suas músicas sempre tiveram um tom politico, uma ideologia pregando a liberdade de seu povo, o fim da opressão e pobreza que assolava seu país.

E acho que isso é algo que falta hoje em dia para muitos artistas (alguns tratados como ídolos): Se posicionar sobre o seu ideal, buscar transmitir através da música seus pensamentos e não somente lucros ou likes na internet. O álbum Exodus foi considerado o melhor do século XX pela revista Time, então sugerimos que o ouçam depois da leitura deste artigo.

O filme não conta sobre a morte do Bob Marley em si, mas traz alguns pontos importantes e cruciais que mais tarde culminaram na morte do cantor e compositor em 1981.

Foto: Bob Marley – One Love / Divulgação: Paramount Pictures Brasil

E vale a pena?

Talvez o filme peca por não contar uma história mais profunda do Bob e por também meio que jogar “tudo de bom” que o mesmo fez nos anos de 76 a 78 meio que mostrando ao telespectador que ele era somente aquilo, como um homem sem defeitos (sem inimigos é inevitável, já que até atentado ele sofreu).

Mas o filme, sobretudo as letras das músicas, passam uma mensagem reflexiva tão bom no sentido de que podemos e devemos buscar a paz, respeitar o próximo e as vezes só curtir o momento pois tudo é breve e passageiro.

E como sabemos, o homem pode morrer, mas suas ideias são para sempre, e até hoje Bob Marley e Jamaica são conhecidos no mundo todo!

“Bob Marley: One Love” está em exibição no Cine A!

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