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A Cor Púrpura (2024) | Crítica

A Cor Púrpura (2024) | Crítica

A Cor Púrpura é a nova versão do clássico da década de oitenta e do famoso musical

Realizar adaptações de materiais que se tornaram icônicos dentro da cultura pop não é uma tarefa simples. Existem inúmeras formas de conduzir novas versões, e muitas vezes de forma não justificada essas obras assumem aspectos nada atrativos. Por isso é necessário entender como, de que forma e se o que está sendo realizado irá funcionar na tela grande. E não basta apenas ter um elenco carismático e canções bem escritas, se faz importante conduzir a narrativa de forma dinâmica. Então, aqui não temos esses elementos? Sim, temos, mas poderia ser bem melhor!

Desta forma, ‘A Cor Púrpura’ chega aos cinemas reinventando o clássico de 1985, porém o longa parece não entender o formato em que se encontra, apesar do elenco carismático, e canções emocionantes. Essa nova versão possui força em sua protagonista, na musicalidade cativante, mas se perde tecnicamente em sequências mal direcionadas e cortes que não funcionam para o cinema. O resultado é mais do que importante e essencial em sua mensagem, porém na sua estrutura falta um apuro que realmente venha condizer com o que o marketing apresenta para o público! 

Fale Mais Sobre Isso

Celie é uma jovem negra que desde muito cedo precisa lidar com as dores e os abusos que sofre. Ao ser entregue para ser esposa de Mister, a garota passa a vivenciar ainda mais momentos de violência. E com a irmã partindo, o que lhe resta é apegar a esperança de que um dia irão se reencontrar. Logo, com a chegada da cantora Shug Avery a cidade, e a presença da esposa de seu enteado, Sofia, Celie vai encontrando forças para continuar a vida e enfrentar seus medos! 

É uma reinvenção, mas…

Blitz the Ambassador é quem comanda a produção que tem como base a peça da Broadway que é baseada no filme de 1985 que adaptava o livro de Alice Walker. Sim, essa reinvenção do clássico em 2024 possui outras versões já bem estabelecidas e aqui parece não saber ao certo como conduzir essa história, quando o assunto não é musical.

A direção sabe dar a potência e a grandiosidade aos números musicais de fato, transformando cada sequência em um espetáculo diante de quem assiste. Da canção inicial sobre ir à igreja até o solo final cativante Celie fica perceptível o cuidado em tornar as canções envolventes como se estivéssemos no teatro.

Contudo encontramos no caminho até esse ponto a fraqueza da produção!

Os cortes abruptos para os números musicais, as transições que não funcionam e um primeiro ato que demora a encontrar o ritmo adequado, não fazem jus ao que o longa pretende transmitir. Sim, a narrativa estabelece de maneira exímia a mensagem, a importância e a relevância de cada acontecimento, porém ao diretor falta dinamismo e um certo toque de criatividade, e isso faz com que o filme não pareça entender o formato que está lidando nessa versão. E por mais que não queira, soa como um “copia e cola” do musical dos palcos! 

Obviamente que isso causa um certo estranhamento para alguns, mas no todo, é um verdadeiro espetáculo de emoções. Principalmente quando temos o trio formado por Fantasia Barrino, Taraji P. Henson e Danielle Brooks em tela. Celie, Shug e Sofia (respectivamente), nos fazem sorrir, chorar e emocionar a todo o momento. As lições aqui transcendem e reforçam ainda mais uma luta constante na sociedade contra o racismo, o preconceito e o papel da mulher negra na sociedade. É um recorte que encontra certo equilíbrio entre as aflições e dores da protagonista, e a esperança que torna as coisas leves.

Assim, a cada nova sequência em que o trio se encontra, a história contorna as falhas para nos conquistar! 

Foto: A Cor Púrpura (2024) / Divulgação: Warner Bros. Brasil

É sobre esperança

Celie enfrenta os abusos do marido, a dor do desaparecimento da irmã e a esperança de um dia encontrar seus filhos. Ao longo do tempo, e com a amizade de Sofia e Shug Avery, ela encontra força, voz e o sorriso que tanto escondia. E assim a sua jornada passa a mudar.

A narrativa deste ‘A Cor Púrpura’ demonstra esperança daquilo que tanto almejamos, e as dores da protagonista nos fazem desejar isso tanto quanto ela. O texto se encarrega de intensificar suas perdas, as lutas constantes e procura pelo lugar que tanto lhe pertence.

Desta forma, vai passando ao longo das décadas mostrando o quanto mulheres negras estiveram à margem de uma sociedade que as sempre viu como serviçais. Logo, as figuras de Shug e Sofia são essenciais para que Celie descubra em si a força que tanto lhe foi negado, ou dito que ela não possuía. E a cada nova canção isso se torna ainda mais palpável em tela.

Assim, esta é uma produção onde o elenco supera os deslizes técnicos, nos fazendo abraçar a história. Lógico que para os mais exigentes isso tem que ser contestado, mas quando Fantasia Barrino canta “I’m here” percebemos que a mensagem foi transmitida, ainda que por cima de discrepâncias de direção! 

Foto: A Cor Púrpura (2024) / Divulgação: Warner Bros. Brasil

E Vale o Ingresso?

‘A Cor Púrpura’ reinventa o clássico de 1985, porém parece não entender o formato em que se encontra, apesar do elenco carismático, e canções emocionantes.

Essa nova versão possui força em sua protagonista, na musicalidade cativante, mas se perde tecnicamente em sequências mal direcionadas e cortes que não funcionam para o cinema. O resultado é mais do que importante e essencial em sua mensagem, porém na sua estrutura falta um apuro que realmente venha condizer com o que o marketing apresenta para o público! 

Logo, esta é uma produção onde o elenco supera os deslizes técnicos, nos fazendo abraçar a história. Lógico que para os mais exigentes isso tem que ser contestado, mas quando Fantasia Barrino canta “I’m here” percebemos que a emoção foi transmitida!

‘A Cor Púrpura’ está em cartaz nos cinemas!

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