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Thor: Ragnarok – CRÍTICA

Thor, Jack Kirby, Jeff Goldblum e Taika Waititi entram em um bar…

Essa crítica poderia começar com a frase “Fui assistir Thor: Ragnarok e olha no que deu”, para exemplificar minha reação ao final desse filme. Certamente ele não é a melhor produção da Casa das Ideias no cinema, porém coloca no caminho certo um herói que não sabia direito se era Shakespeariano ou galã de comercial de shampoo. 
Sendo assim, fiquemos com a veia comediante numa boa produção de ação!
Thor: Ragnarok nos leva a jornada do deus do trovão para salvar Asgard da destruição, já que Hela, deusa da morte, reina soberana sobre sua terra natal. Odin está desaparecido, e para ajudar, Thor se vê em um mundo onde deverá lutar em uma arena para conquistar sua liberdade e assim salvar seu planeta do Ragnarok.
Taika Waititi é o nome que deve ser guardado! A direção mergulhou no universo de Jack Kirby, além de elevar o que já conheciamos de humor despretensioso e descompromissado com a seriedade de Guardiões da Galáxia. Assim, entre uma boa cena de ação, executada com precisão, sem necessidades de câmeras na mão, ou cortes abruptos, uma piada que irá referenciar o próprio universo Marvel do cinema fazendo do ritmo algo fluído, sem pesar a mão em momentos que poderiam deixar algum espectador entediado. O design de produção evoca o que foi realizado por Kirby, figuras geométricas nas construções, linhas e pontilhados, um colorido que ajuda totalmente no tom dessa nova aventura, tornando um espetáculo visual direto das páginas.
Tudo isso envolto a uma trilha sonora que vai do eletrônico aos clássico do Rock, sem se prender ou depender de músicas para contar a história. 
Entretanto, Thor:Ragnarok derrapa no quesito dos elementos da narrativa. Personagens que morrem são lembrados vagamente, ou nem isso, em uma forma quase que indolor. A principal causa da aventura não gera no protagonista um real sentimento de perda, além de alguns arcos piegas e sem qualquer novidade, como o Executor de Karl Urban, tão desnecessário quanto as piadas que faz.
Já que estamos falando do elenco, Chris Hemsworth finalmente entendeu seu caminho, não só para o seu Thor, mas em sua carreira. O ator funciona muito mais como herói bonachão de ação do que alguém dramático. Tom Hiddleston continua, e continuará sendo o melhor que temos de vilão no MCU, ele sabe como se portar e o que fazer para que o seu Loki vá do odiado ao amado em tela. Tessa Thompson é uma brilhante aquisição, a Valkíria é forte, imponente e nada convencional para uma heroína clássica. Mark Ruffalo explora toda a capacidade de Hulk ser inocente e violento, demonstrando total conforto no papel. Jeff Goldblum é afetado, exagerado, caricato e irônico na medida certa, o seu Grão-Mestre deveria ter participação frequente nas próximas produções. 
E Cate Blanchett é aquele espetáculo que já conhecemos. Fica nítido que ela está gostando dos momentos, mas infelizmente, há pouco tempo para que sua Hela realmente cause a destruição tão esperada fazendo com que todas as suas ações sejam apressadas e apesar do visual bem executado, mais um vez um bom personagem não é aproveitado da maneira correta!
Importante ressaltar que o terceiro filme do deus do trovão não deve agradar o fã mais tradicional dos quadrinhos, pois ver Thor fazendo piadas, com atitudes aparvalhadas talvez não vá suprir a expectativa, entretanto convenhamos, duas tentativas anteriores para um herói ser imerso em uma personalidade que funciona apenas em uma mídia. Essa tranposição para o cinema foge totalmente do imponente deus das páginas e para que a experiência não seja de total desagrado, até mesmo você, nerd que pensa saber tudo sobre todos, deverá não levar nada a sério, que é a principal proposta do filme!
Thor: Ragnarok é sem dúvida o melhor filme do herói mítico da Marvel nos cinemas, pelo fato de finalmente se encontrar no gênero. Não havia a necessidade de inúmeros dilemas sobre paternidade e família das produções que antecedem, o que poderia ser feito era realmente deixar que ele expressasse todo o seu poder, seja através dos trovões, ou de uma piada bem encaixada! 
Ser descompromissado não quer dizer que simplesmente teremos coisas aleatórias em cena, pode ser, em alguns casos, a melhor forma de mandar para o espaço uma seriedade e imponência que não funcionam! Obrigado Taika Waititi!

Nota: 4/5 (Ótimo)

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