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Hollywood – Crítica

Hollywood – Crítica
Não é de hoje que as produções audiovisuais que homenageiam o cinema e principalmente o grande epicentro da sétima arte, Hollywood, geram grande comoção entre os amantes dos filmes. Todos os anos recebemos grandes obras cinematográficas que exaltam o distrito mais famoso de Los Angeles, como o recente Era uma vez em Hollywood, do grande diretor Quentin Tarantino, mas podemos ir mais além e relembrar grandes clássicos como Crepúsculo dos Deuses e Cantando na Chuva, até mesmo os mais recentes O Artista e La La Land.
Observando esses grandes sucessos, podemos constatar o fato de que não tem como errar quando a proposta é retratar como funciona ou funcionava a grande terra dos sonhos, ou será que tem como?
Desta vez Ryan Murphy e Ian Brennan que se propõe a retratar a Era de Ouro do cinema, no formato de série. É importante lembrar que Murphy já tem certa experiência no assunto, em 2017 ele desenvolveu a série Feud, que contava a história de uma das grandes tretas de Hollywood envolvendo as super estrelas Bette Davis e Joan Crawford, a série conta como foram as gravações do clássico ‘What Ever Happened to Baby Jane?’ e a guerra entre as duas atrizes principais.
Mas e em Hollywood, o que veremos?

E a Hollywood de Ryan Murphy?

Logo após a segunda guerra mundial começam enfim a grande era de ouro do cinema e a cidade de Los Angeles, mais especificamente o distrito de Hollywood se consolida como o destino de jovens atores e cineastas que querem alcançar o estrelato. Vamos acompanhar os dilemas de um grande estúdio de cinema e a produção de um filme que pretende revolucionar a história, sendo o primeiro filme a escalar uma atriz negra como protagonista e sendo escrito por um roteirista também negro.
Pra começar a explicar Hollywood, preciso entregar um pequeno spoiler: Nada aqui de fato aconteceu! 
A série não se trata de um retrato fidedigno de Hollywood, é uma grande utopia na verdade. Um conto de fadas que embora em sua maioria seja o que queríamos que tivesse acontecido não é nem de perto como as coisas eram na antiga industria do cinema (quiçá nem na atual).

O que é um pouco decepcionante!

Quando vemos o trailer, teasers e procuramos saber mais da série, era de se esperar algo um pouco diferente. Até mesmo a presença de figuras que realmente existiram como Hattie McDaniels e a grande Scarlett O’Hara, passam desapercebida, sem elevar em nada a história. Apenas Rock Hudson (Jake Picking) tem um papel um pouco mais longo na série, porém poderia ser um personagem inventado, pois a sua história foi totalmente distorcida pra caber dentro do conto de fadas de Murphy.
Fora a tentativa furada de representar o racismo naquela época, que apesar da boa intensão apenas reforça o esteriótipo do branco salvador. 
Os negros que são aqueles que detém o verdadeiro talento, sendo Archie (Jeremy Pope), o roteirista quem escreveu a história e Camille Washington (Laura Harrier) a grande merecedora de levar o protagonismo do filme, contudo eles nada fazem diante das adversidades impostas pelo racismo, ficando basicamente sentados e esperando que os personagens brancos decidam o futuro deles. Poucos são os momentos que eles realmente escolhem alguma coisa por si só, o que acontece só quando os brancos de alguma forma os empoderaram.
Não é que seja uma série ruim, você apenas tem que rever suas expectativas: Não espere um retrato biográfico de Hollywood pois está bem longe de ser.
Ainda sim, existem coisas boas na produção!
A direção de arte e todos os elementos técnicos estão impecáveis, diria até que melhor que muitos filmes por aí. A cidade é mostrada sempre de uma forma tão bonita que às vezes você queria esta lá dentro só pra ver se era assim!

O Elenco de Murphy

Temos grandes nomes como Jim Parsons que interpreta o repugnante empresário de estrelas e produtor Henry Wilson, que só faz reforçar uma glamourização no assédio dentro da indústria do entretenimento. Aliás, o tempo todo a série faz achar muito normal você ter que se oferecer de alguma forma para conseguir algo dentro de um filme. Mesmo que em alguns momentos a obra tente reverter isso, não é o suficiente.
E ainda Avis Amberg que ganha vida pela incrível Patti LuPone, e que nada mais é do que a vontade encarnada de Ryan Muphy e seu vício em contar histórias de mulheres envelhecendo.
Assim, temos atuações excelentes, todas no ponto certo, e mais um destaque para Dylan McDermott, que interpreta um cafetão de rapazes Ernie, está irreconhecivelmente fantástico.

Hollywood ainda é um sonho?

Hollywood é uma série que tem bons momentos e é visualmente impecável, mas conta uma história que não acrescenta em nada, se tornando um pouco dispensável. Ao trazer glamour se perder no que tentou propôr e ao inventar demais não sabe quais caminhos trilhar, tão pouco “inovar” ao contar fatos que não são tão reais assim!
Eu realmente preferia ter assistindo uma outra história!
 

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