Geek Guia

O Seu Manual da Cultura Pop!

Ferrari | Crítica

Ferrari | Crítica

Ferrari tinha tudo para chegar bem na linha de chegada, mas acaba derrapando.

Toda criança que gosta de carros já sonhou com um carro vermelho. Ferrari é um das marcas mais conhecidas do mundo e isso é inegável, mas todos sabem a origem dessa fabricante dos sonhos?

Em Ferrari, o diretor Michael Mann (diretor de “Inimigos Públicos” e “O Último dos Moicanos”) tenta nos deixar a par da vida de Enzo Ferrari e sua mente brilhante (ou não) que alavancou a marca!

É mesmo um filme de automobilismo?

O ano era 1957 e Enzo Ferrari (Adam Driver) vivia um casamento em crise com Laura Ferrari (Penélope Cruz), já que ambos nunca superaram a morte do filho único, Dino Ferrari. Mais do que isso, ela culpa o marido pela morte do primogênito. Mas Enzo, apesar disso, vive um romance com Lina Lardi (Shailene Woodley) onde o mesmo aparenta ser bem mais feliz.
Ah, para complicar ainda mais a sua empresa está perto da falência cujo a única solução viável a curto prazo seria vencer a corrida de estrada chamada Mille Miglia, percorrendo 1.000 milhas pela Itália.

Perceberam que falei sobre corridas por último? É porque parece que o filme é isso mesmo: É um filme falando sobre o Homem Ferrari e não sobre a Máquina Ferrari.

E nem chega muito perto de uma cinebiografia em si, pois realmente foca no ano de 1957 que era o decisivo para a montadora. Não fala sobre a infância do Enzo, não cita explicitamente sobre a morte do Dino, não mostra como Laura e Enzo se conheceram ou algo do tipo.

Então, já avisando que se você é fã de automobilismo não vá criando muitas expectativas indo ao cinema.

Foto: Ferrari / Divulgação: Diamond Films Brasil

Derrapando, mas chegando na linha de chegada

Uma das coisas que mais me incomodaram é um filme ser sobre a escuderia italiana, ambientado em Modena e tudo mais, e infelizmente quantos atores italianos vemos na trama? Pois é, fica o questionamento.

A Americanização aqui é percebida nitidamente quando vemos um Adam Driver arranhar tão bem em italiano quanto qualquer um de nós depois de uma sessão de vídeo aulas. Não criticando a atuação do Driver em si, que realmente deu a vida, o charme e está quase irreconhecível na figura do Enzo, mas é que falta essa identidade dele com a língua, entendem?

Por outro lado, Penélope Cruz fez um dos seus melhores papeis recentes dando vida a uma mulher que sempre estará em pedaços por dentro pela perda do filho. Uma esposa que sabe da traição do marido, mas que abafa o caso e também digamos que uma empresária com ambições que tem 50% da empresa, e decide acreditar no homem com quem já dividiu a vida para saírem juntos do fundo do poço. Digo mais: O filme foi lançado em uma época muito ruim, pois com seu papel no mínimo ela seria lembrada com indicações em alguns festivais e premiações.

Mas calma, sim, há cenas de corrida e que são ótimas!

A sonorização foi impecável, aquele ar rústico da época desde o desenho dos veículos aos equipamentos de proteção, e os riscos de correr naqueles anos também estiveram presentes, e disso não podemos reclamar. Na verdade, podemos reclamar sim, pois poderiam estar presentes em mais minutos do filme!

Ah, se você também gosta de ufanismo, saibam que o ator brasileiro Gabriel Leone aqui é o personagem Alfonso de Portago que tem um papel muito importante mesmo na trama (mais para o final, mas importante de qualquer modo).

Foto: Ferrari / Divulgação: Diamond Films Brasil

E vale a pena?

Dando minha opinião como fã de corridas e automobilismo num geral, eu digo que há outros filmes sobre o gênero mais memoráveis do que este aqui!

Dando minha opinião com um olho critico num todo, este é um filme divertido a sua maneira: Tem relacionamento familiar, tem doses de tensão, e tem ação, quando se destacam as corridas! A ambientação ficou ótima e o trabalho de som e caracterização da época idem.

No fim, como Enzo diz em um dos seus melhores diálogos “dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. Não ao mesmo tempo” e é mais ou menos isso: O filme é ótimo? Não é. Mas também não é de se jogar fora.

Ferrari está em exibição nos Cine A!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *