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Percy Jackson e os Olimpianos | 1ª Temporada | Crítica

Percy Jackson e os Olimpianos | 1ª Temporada | Crítica

Percy Jackson e os Olimpianos chegou ao final em sua 1ª Temporada

Percy Jackson e os Olimpianos é a mais nova série de sucesso da Disney+, alcançando o título de première mais assistida da história do Disney+. Baseado na série de livros de mesmo nome, escrita por Rick Riordan, a produção prometia uma adaptação mais fiel ao material de origem, até mesmo tendo Rick Riordan como um dos criadores da série do streaming. 

Um breve histórico sobre minha relação com a série antes de começar a crítica em si, caso só queira saber a opinião sobre a série, pular para o próximo tópico.

Lembro até hoje do dia 12 de fevereiro de 2010 quando fui ao shopping comprar o livro ‘O Ladrão de Raios’ minutos antes de assistir o filme. Como filme, achei muito divertido e interessante. Depois, ao ler o livro, fiquei em completo choque ao descobrir que o filme não era uma boa adaptação, nem de longe. Esse livro mudou minha vida, foi o livro que me tornou uma leitora e até hoje acompanho as sagas de Rick Riordan e estou sempre relendo suas obras. Hoje, como adulta, não ligo se uma adaptação não for fiel, desde que seja bem feita e interessante. Então comecei a assistir a série com coração aberto para o que viesse.

A Série

Dividida em oito episódios, a primeira temporada da série adapta o primeiro livro, ‘O Ladrão de Raios’, e acompanha Percy Jackson, um garoto de 12 anos que se descobre filho de um deus grego e sai em uma missão para recuperar um item que todos acham que ele roubou e evitar uma grande guerra entre os deuses.

O primeiro episódio da série, “Sem Querer, Transformo em Pó a Minha Professora de Iniciação à Álgebra” (todos os nomes de episódios são nomes de capítulos do livro), é um episódio ok. Ele nos apresenta ao nosso protagonista e já nos coloca em sua jornada extraordinária. Achei o episódio bem corrido e que poderia ter sido usado mais tempo para que conhecêssemos um pouco mais do que estamos vendo.

Em uma entrevista, Rick Riordan disse que eles queriam chegar logo à missão de Percy. Porém, acho que eles conseguiam fazer isso com mais calma. E o primeiro episódio também inicia uma característica constante da série: os cortes secos para tela preta. Falarei sobre eles mais à frente, mas já adianto que é a pior escolha que fizeram.

O segundo episódio, “Minha Transformação em Senhor Supremo do Banheiro”, já considero um salto gigantesco em questão de ritmo, em relação ao primeiro. Somos apresentados ao Acampamento Meio-Sangue e conhecemos os campistas que farão parte da jornada de Percy. Porém, assim como o primeiro, acho que essa questão de querer chegar logo na missão faz com que a série perca grandes oportunidades de apresentar mais a fundo o mundo em que Percy está entrando. Sim, o público quer ver ação, quer ver as coisas acontecendo, mas também quer ver esse fantástico mundo novo que está sendo apresentado. 

Em “Nossa Visita ao Empório de Anões de Jardim”, acompanhamos as crianças em sua primeira empreitada perigosa da missão, o encontro com Medusa. E, aqui, já chegamos em mais um ponto um tanto quanto negativo da série: a exposição e a facilidade dos personagens em saber com o que estão lidando. Logo de cara eles sabem que estão na presença de Medusa e, Percy, já sabe tudo sobre ela. 

“Meu Mergulho para a Morte” é, provavelmente, um dos episódios mais esquecíveis da série. Coisas legais acontecem, mas é tudo tão rápido que não existe tempo suficiente para raciocinar o que foi visto e, quando você acha que está chegando lá, o episódio acaba.

“Um Deus Compra Cheeseburgers para Nós” é um ótimo episódio. Aqui temos o encontro com o deus da guerra e suas cenas com Grover são muito interessantes, tão interessantes que, se o episódio ficasse todo ali, na mesa com eles, batendo papo, não existiriam reclamações. Os efeitos visuais desse episódio também estão bem melhores do que a maioria dos outros.

“A Ida de uma Zebra para Las Vegas” e “De Certa Forma, Descobrimos a Verdade” estão entre os maiores desperdícios de potencial da série inteira. O primeiro tem como foco o Cassino Lótus, um lugar fantástico e inacreditável e o segundo o Mundo Inferior, reino do deus da morte, Hades. Ambos locais onde pode se fazer uma criação de mundo absurda e essa chance é desperdiçada.

Ao invés de maravilhosos e fantasiosos, a escolha de ambiência dos locais chega a ser extremamente chata e sem graça. O Cassino, que deveria ser um local de onde você não quer sair nunca, só é legal por fora, dentro é apenas um cassino normal. O Mundo Inferior é um local devoto de personalidade e cenários que se repetem, chato, sem graça.

A primeira temporada da série se encerra com o que é o melhor episódio dos oito apresentados. “A Profecia se Cumpre” traz uma finalização para o arco da temporada de forma satisfatória e deixa ganchos para o ainda está por vir, caso Mickey Mouse decida renovar a série. Ah! Ele tem uma cena pós créditos.

Foto: Percy Jackson e os Olimpianos / Divulgação: Disney+ Brasil

Pontos negativos

Pois então, eu sei que parece que só falei mal da série, mas queria deixar os pontos positivos para depois, de maneira a não me repetir tanto. Portanto, vamos aprofundar um pouco mais nos pontos negativos e, depois, tocaremos nos positivos e terminaremos em uma nota feliz.

Como anteriormente mencionado, a produção adotou o corte seco para tela preta em todos os episódios da série. Isso é um artifício que, particularmente, me incomoda muito. Sabemos que, antes do streaming, as séries utilizavam disso para que a emissora de televisão pudesse passar as propagandas, porém, aqui não existe essa necessidade. Li em algum lugar que esses cortes acontecem onde os capítulos do livro terminam, não sei quão verídica é esse informação, então não levem como verdade absoluta.

Dito isso, mesmo que essa tenha sido a intenção, gostaria que alguém tivesse colocado a mão na cabeça dos produtores e dito não. Esses cortes excessivos acabam o clímax das cenas, que já são quase inexistentes. Chega a ser um banho de água fria sempre que acontecem. Espero do fundo do meu coração que, caso a série seja renovada, essa escolha seja vetada. Para o bem do futuro da produção.

Em alguns momentos específicos, os efeitos visuais deixam muito a desejar. Utilizam muito a tecnologia do “Volume”, que realmente é sensacional, mas em alguns momentos você vê que, claramente, eles estão ali no cenário virtual. No último episódio vemos o Monte Olimpo e ele é realmente lindo, da vontade de visitar. Porém, no momento em que Percy chega na sala dos tronos para falar com Zeus, o local está todo caindo aos pedaços e te faz questionar se você foi parar no Mundo Inferior ao invés de no Olimpo. E o trabalho sonoro da cena em que Percy treina com Luke está extremamente mal feito e deixa o espectador com uma pulga atrás da orelha.

As cenas de ação são curtas e não tem nenhuma emoção pois são sempre cortadas quando a ação está prestes a começar. Salvo a cena de luta de Percy com um certo deus no último episódio, essa é muito boa!

Senti muito a falta de conhecer o Acampamento Meio-Sangue. Um local mágico sempre traz essa curiosidade de quem assiste e acho que poderia ter mais espaço na série. Queria um tour completo, confesso. O que vemos está lindo, é uma pena que seja tão pouco. Um outro grande ponto negativo é a exposição e o conhecimento dos personagens, como anteriormente descrito. Percy está ali pra representar o espectador, vamos descobrindo as coisas junto com ele. Teoricamente. Aqui, infelizmente, os personagens já sabem tudo sobre tudo e todos a todo momento. Antes mesmo de lutarem com um monstro, Percy diz quem é o monstro e o que ele faz com suas vítimas. O que destrói completamente qualquer expectativa de que algo vai dar errado para nossos protagonistas e tira qualquer chance de surpresa para a audiência.

Muitas motivações não são explicadas e imagino que quem não leu o livro muitas vezes fique se perguntando a razão do personagem ter feito algo. Diálogos que poderiam ser substituídos por uma simples troca de olhar. Existe um momento no último episódio que perde muito da carga emocional quando Annabeth literalmente diz “Eu ouvi tudo.”. Sendo que o espectador consegue inferir isso à partir da situação e das situações que ocorreram em momentos parecidos anteriormente.

Caso seja renovada, a série precisa repensar muito bem essas questões de roteiro.

Foto: Percy Jackson e os Olimpianos / Divulgação: Disney+ Brasil

Os positivos

Enfim, vamos falar dos acertos. Algo pequeno, mas que eu gosto bastante são os créditos iniciais e finais. Os créditos finais são lindos de assistir, eu sempre ficava até o final deles. Eles ilustram tudo o que vai acontecer na temporada, então, se você não gosta de spoilers, aconselho a assistir só no último episódio, mas assista pelo menos uma vez, é lindo demais.

O maior de todos os pontos positivos se encontra na escalação do elenco. O trio principal, composto pelos jovens Walker Scobell (Percy), Leah Sava Jeffries (Annabeth) e Aryan Simhandri (Grover), é encantador. Eles tem uma química prazerosa de se assistir e tem um talento enorme, mal posso esperar para ver o que mais eles fazem. Azriel Dalman interpreta um Percy mais jovem e ele é uma graça. Ainda no elenco mais jovem, Charlie Bushnell (Luke) e Dior Goodjohn (Clarisse), roubam todas as cenas em que estão presentes (que não são muitas). Dior Goodjohn expressa a raiva de sua personagem de maneira magnífica e Charlie Bushnell fala muito através de olhares e tons de voz.

Os adultos são impecáveis. Virginia Kull interpreta a mãe de Percy, Sally, e ela é fantástica, interpreta todas as nuances de uma mãe que só quer ver seu filho em segurança. Seu timing cômico é perfeito, assim como suas cenas mais emotivas. Timm Sharp dá vida ao personagem mais odiado da série de livros de Percy Jackson, o marido de Sally, Gabe. A versão de Gabe de Sharp não é tão odiável quanto a do livro, muito pelo contrário, ele traz um alívio cômico extremamente necessário e sua química com Kull e Scobell dá abertura à boas risadas. Odiável? Sim. Mas arranca gargalhadas.

Glynn Turman (Quíron) é perfeito no papel do mentor de Percy. Megan Mullally (Alecto/Sra. Dodds) tem uma participação pequena mas memorável, assim com Jessica Parker Kennedy, que interpreta Medusa. 

Os olimpianos, os deuses. Nesta primeira temporada conhecemos os deuses Dionísio, Ares, Hefesto, Hermes, Hades, Zeus e Poseidon. Dionísio é perfeitamente interpretado por Jason Mantzoukas, ele traz com maestria esse deus que não aguenta mais cuidar das crianças do acampamento. Timothy Omundson e seu Hefesto tem uma participação especial que deixa aquele gostinho de quero mais. Lin-Manuel Miranda traz um Hermes com sentimentos conflitantes e nos faz perguntar de qual lado ele está em toda situação.

Jay Duplas tem pouco tempo de tela como o deus dos mortos, Hades, mas trabalha muito bem, seu Hades só quer ficar quieto no seu canto e não se envolver com os problemas causados por seus irmãos. Poseidon, vivido por Toby Stephens, não é o pai perfeito, longe disso, mas nos faz sentir empatia por sua situação e nos faz acreditar no amor que o deus tem por Sally e Percy.

Lance Reddick traz um Zeus poderoso e que não deve ser contrariado, é uma interpretação perfeita e nos deixa com o coração doendo por não podermos ver onde ele levaria esse personagem. O ator veio a falecer antes da série ser lançada e esse é seu último trabalho televisivo, o último episódio é dedicado à ele.

E quem diria que um lutador profissional de luta livre seria o deus com mais destaque, carisma e presença de tela. Pois é, Adam Copeland “Edge” dá vida ao deus da guerra, Ares. O ator foi definitivamente um ponto alto da série, ele é Ares. Sua presença em cena é magnética e espero muito pela renovação para que possamos ter o prazer de ver ele retornar à esse papel. 

Ou seja, o elenco é perfeito. Juro, sem defeitos.

Outro ponto positivo é o material base e como ele é adaptado em algumas situações. Os livros de Rick Riordan são fantásticos e já são um ótimo ponto de partida. As adaptações feitas para o live action trazem melhorias a coisas datadas e melhoram coisas que poderiam ser melhoradas. Como mencionado anteriormente, toda estética do Acampamento está impecável. Você tem vontade de estar ali, participando com aquelas pessoas.

O design de produção, o figurino, maquiagem, todos maravilhosos. A trilha sonora, apesar do tema da série me lembrar muito o tema de Vingadores, também é muito boa. As escolhas de músicas pop são bem específicas e são todas muito bem utilizadas. Tenho também que bater palmas para a equipe de som que, apesar do erro que comentei mais acima, faz um trabalho maravilhoso em todo o resto da série. E o diretor de elenco também faz um trabalho fenomenal. Tanto ele quanto os atores trabalharam muito nos personagens e nos relacionamentos deles e isso é palpável.

As mudanças feitas à partir do material base me deixaram intrigada e animada pra descobrir o que viria à seguir.

Foto: Percy Jackson e os Olimpianos / Divulgação: Disney+ Brasil

E Vale a Pena Assistir?

Acho que a série sai de sua primeira com saldo positivo. É uma bela adição ao mundo de Percy Jackson e com certeza trará muitos novos fãs para a saga.

O material é ótimo, o elenco sensacional, só falta um pouco mais de trabalho na estrutura e finalização dos episódios.

Espero que a Disney renove a série para uma segunda temporada e que os realizadores levem em conta as opiniões dos espectadores para melhorias, pois Percy Jackson e os Olimpianos tem tudo para ser uma franquia duradoura e de sucesso, basta apenas querer.

Percy Jackson e os Olimpianos está disponível no Disney+

 

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