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Missa da Meia-Noite: 1ª Temporada | CRÍTICA - Geek Guia
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Missa da Meia-Noite: 1ª Temporada | CRÍTICA

Missa da Meia-Noite: 1ª Temporada | CRÍTICA

Como vai a sua fé?

Desde que o nome de Mike Flanagan surgiu com mais afinco no cenário de terror em 2016, com os incríveis Ouija e Hush: A Morte Ouve, não tem um ano sequer que o diretor não traga algo surpreendente. A qualidade das suas obras é inquestionável, consolidada pela que eu já considero o clássico, A Maldição da Residência Hill. Mas dessa vez, eu pessoalmente acho que ele se superou.

Em Missa da Meia-Noite o diretor entrega uma história visceral que mostra o quão tênue é a linha entre a fé cristã e a monstruosidade humana.

Fale Mais Sobre Isso

Em Crockett, uma ilhazinha pouco afastada do continente vive uma pequena vila de pescadores, antes relativamente próspera e que agora vive a duras penas. Riley Flynn (Zach Gilford), retorna a ilha onde nasceu, depois de passar alguns anos na prisão, humilhado e devastado pela culpa do crime que cometeu, ao mesmo tempo que o novo padre, Paul (Hamish Linklater) assume a igreja católica da cidade, o epicentro de fé e comunhão do lugar e renova a esperança do lugar.

Mike Flanagan, o terror e o drama

Mike Flanagan tem uma filmagem extraordinária e parece ter um talento nato em escolher as suas locações.

Até mesmo o aspecto decadente da ilha misturado com as suas belezas naturais ficam impecáveis sobre a lente do cineasta. Um olhar curioso, mas afastado, revelam tanta coisa sobre o lugar mesmo que o que esteja sendo dito seja algo diferente.

Além disso, a narrativa melancólica que Flanagan traz em suas obras é um deleite, pura poesia misturada com angústia, os diálogos são longos e pouco explicativos, às vezes até mesmo complexos de absorver. Aqui temos uma série para degustar aos poucos, tenho certeza que quanto mais reassistir mais nuances escondidas e meio imperceptíveis será possível resgatar.

Crockett está cheia de habitantes super interessantes, e talvez a mais interessante de todas, e vale destacar a atuação magnífica da Samantha Sloyan, seja a beata da cidade, Bev Keane.

Já vimos outras vezes, personagens parecidos (Talvez você se lembre da Sra Carmody de O Nevoeiro, incrível adaptação de uma das história de Stephen King), mas não sei por que, Bev consegue se destacar na minha mente. Ela é mesquinha, invejosa, dona da verdade, extremamente intolerante e tão real quanto qualquer outra beata da igreja do seu bairro.

Nearer, My God, To Thee (Mais perto, meu deus, de ti)

‘Missa da Meia-Noite’ me fez pensar no que é realmente assustador.

Veja bem, a série não está nem um pouco preocupada em nos fazer dar pulos assustados, nem de longe. Ao mesmo tempo que existe sim, o sobrenatural, o horror que não cabe na nossa realidade, o que normalmente seria o recurso para causar medo, aqui fica em segundo plano, o horror que nos deixa assustado de fato, é o humano.

É tão próximo da gente, que em alguns momentos assistindo nos deixa angustiados e sem fôlego. Nada de monstros e fantasmas, isso pra mim, é assustador de verdade! A busca incessante de estar próximo de um ser superior, nesse caso Deus, leva as pessoas a ignorarem horrores de seus atos, distorcerem e retorcerem palavras ditas sagradas, em nome de algo que nem elas mesmas tem certeza do que é.

Missa da Meia-Noite entrega uma história torturante sobre no fim de tudo, sobre o medo excruciante deste mesmo fim, da morte e o que as pessoas fariam para serem merecedores da prometida vida eterna. Assustador!

‘Missa da Meia-Noite’ está disponível na Netflix!

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