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Ahsoka: 1ª Temporada | Crítica

Ahsoka: 1ª Temporada | Crítica

Ahsoka é a esperança do quem vem por aí no universo Star Wars

Criada por George Lucas e Dave Filoni, Ahsoka Tano, excelentemente dublada por Ashley Eckstein, fez sua primeira aparição no filme animado Star Wars: The Clone Wars de 2008 e virou uma das protagonistas da série de animação do mesmo nome.

Odiada por muitos no começo, Ahsoka se tornou a personagem favorita de muitos fãs por conta de seu desenvolvimento de personagem. Após quebrar o coração dos fãs ao deixar a ordem no final da quinta temporada e ficar de fora de toda a sexta temporada, a série foi engavetada pela Lucasfilm, sem um final que a conectasse diretamente com A Vingança dos Sith e sem Ahsoka, tudo parecia perdido.

Com o lançamento do Disney+, veio a felicidade dos fãs e de Dave Filoni quando foi anunciado que a séria ganharia uma sétima e última temporada na plataforma de streaming do ratinho. Seu desfecho nos coloca nos momentos vividos no Episódio 3 da saga de filmes e passamos pela Ordem 66 na visão dos Clones e de Ahsoka.

Durante os anos, os fãs sonhavam com uma versão live-action da personagem e o maior fancasting era para que Rosario Dawson a interpretasse. E ela o fez. Com a série Mandalorian, os fãs do universo live-action da saga foram apresentados à Ahsoka Tano de Dawson e Dave Filoni conseguiu trazer sua amada criação para uma série dela. Aqui então, iniciamos a série Ahsoka. Por volta de 9 à 12 anos após a batalha de Yavin, em O Retorno de Jedi, a ex-cavaleira Jedi Ahsoka Tano, investiga uma ameaça emergente vinda de um antigo inimigo, Almirante Thrawn.

Foto: Ahsoka / Divulgação: Disney+

Contextualizando o universo até aqui

Um dos pontos negativos da série está no fato de que, quem não assistiu à The Clone Wars e Rebels (série de animação lançada em 2014 que termina no período da batalha de Yavin) não tem contexto para a trama da séria live-action. Os personagens são apresentados e lembram seu passado em conversas, mas esse passado nunca é mostrado aos espectadores. O que pode causar um certo desconforto. Thrawn é tão temido, mas quem não assistiu às animações não sabe a razão de todos terem medo desse homem azul.

Como sou fã dos desenhos, não consigo fazer uma crítica sob o olhar de quem não as assistiu. Mas consigo dizer para os que tem curiosidade de assistir Rosario Dawson nesse live-action e não ter que fazer dever de casa antes, que a série pode sim ser aproveitada para quem não tem o contexto. O que fica perdido, talvez, é que não existe uma conexão imediata aos personagens que estão em tela. Aos que assistiram e ficaram curiosos sobre esse universo, recomendo as animações e que assistam em ordem cronológica para melhor aproveitamento (sim, até os episódios da série animada foram lançados fora de ordem). Com isso, vamos à crítica.

Como mencionado anteriormente, sou uma grande fã do universo criado por Filoni e com Ahsoka não foi diferente. Poder rever os personagens que eu assisti durante muito tempo foi uma sensação de carinho e afeto. Aqui somos apresentados à versões mais velhas dos personagens que tanto amamos. Vamos falar um pouquinho de cada um deles.

Sabine Wren é uma Mandaloriana que abandonou a Academia Imperial e se torna uma caçadora de recompensas antes de conhecer Hera Syndulla e se juntar à rebelião. Sabine é também artista e isso reflete em sua armadura e seu cabelo. Aqui, ela é interpretada por Natasha Liu Bordizzo. Nos dois primeiros episódios da série (que também são, na minha opinião, os mais fracos), sinto que Natasha ainda não tinha encontrado sua personagem, porém ela vai virando Sabine à medida que progredimos na jornada da personagem e faz um bom trabalho como Sabine.

Hera Syndulla é uma Twi’lek da Nova República e pilota a nava Ghost com a companhia de seu filho Jacen, interpretado por Evan Whitten, que ela teve com o falecido Jedi, Kanan Jarrus (apresentados em Rebels). Hera é uma líder nata e busca sempre ajudar aqueles que ama. Interpretada por Mary Elizabeth Winstead, a Syndulla que vemos aqui é uma mulher que já passou por muitas provações mas nunca abriu mão da esperança e da vontade de transformar a galáxia em um mundo melhor. No episódio 5 (na minha opinião, o melhor da série) ela tem uma linda cena com Jacen onde vemos os dois usando a força de uma forma que ainda não vimos antes.

Baylan Skoll é um ex-jedi, sobrevivente da Ordem 66, que se tornou um mercenário e se une aos poucos que remanescem do Império para atingir seus objetivos. Baylan é um personagem novo e foi Interpretado por Ray Stevenson, que tristemente faleceu no início deste ano, e não pôde ver a reação extraordinária que os fãs tiveram à seu personagem. Baylan é um dos participantes mais intrigantes dessa jornada e teria sido incrível ver onde Stevenson o levaria na continuação de sua aventura. Com Baylan, anda a aprendiz Shin Hati, que entra muda e sai calada mas a interpretação de Ivanna Sakhno nos intriga a querer saber mais sobre essa jovem e nos faz gostar dela.

Morgan Elsbeth, apresentada em The Mandalorian, é uma das últimas Irmãs da Noite de Dathomir, planeta de onde Darth Maul vem, e aqui está à procura de Thrawn. Diana Lee Inosanto, afilhada de Bruce Lee, traz uma interpretação linda para a personagem.

Lars Mikkelsen retorna ao papel de Thrawn após o dublar em Rebels e sua conexão e entendimento do personagem são palpáveis. Eman Esfandi, é um ator novato e traz vida à Ezra Bridger, o protagonista de Rebels, que se sacrifica para salvar a galáxia levando Thrawn para o exílio.

Rosario Dawson interpreta uma versão mais contida da personagem, o que causa estranhamento no início, mas traz nuances e o desenvolvimento de Ahsoka durante a série é visível em seus trejeitos e escolhas.

Foto: Ahsoka / Divulgação: Disney+

Star Wars do jeito que gostamos

Os dois primeiros episódios servem para nos apresentar os personagens mencionados anteriormente e dar o início ao plot da série. São bons, mas não espetaculares. O terceiro melhora bastante, mas o coringa da produção se encontra nos episódios 4 e 5. Com o retorno de Anakin Skywalker, conseguimos ver um pouco do passado de Ahsoka e ela ganha mais protagonismo. Apesar da obra ter seu nome no título, ela é apenas mais uma personagem no meio de tantos. À partir daí, a série vai crescendo e crescendo, se tornando tão grande que nos perguntamos como vai ser resolvida em poucos episódios. E a resposta é que ela não é finalizada, a série é apenas uma introdução para algo muito maior que chegará em uma segunda temporada ou no filme que Dave Filoni já está escalado para escrever e dirigir, nada foi anunciado ainda.

Aos que não assistiram à animação e estão curiosos sobre o que o final de Baylan Skoll significa, recomendo o arco de Mortis, apresentado nos episódios 15, 16 e 17 da terceira temporada de Clone Wars. Recomendo também o arco The Siege of Mandalore, que se encontra nos 4 últimos episódios da sétima e última temporada de Clone Wars, nele temos acesso ao lado dos Clones na Ordem 66 e vemos também muito sobre a ligação dos Jedi com os Clones, dando ainda mais peso pela “traição” deles a mando de Palpatine. Também é explicado como a Ordem 66 foi ativada.

Ahsoka rapidamente se transformou na minha série live action favorita de Star Wars, explorando a força de maneira mística que nunca esteve presente nos filmes da saga e nos levando para outros planetas e até uma nova galáxia.

Não poderia terminar esse texto sem falar dele, meu personagem favorito de Star Wars, que marcou minha infância e do ator que recebeu duras e, muitas vezes, desnecessárias críticas no passado: Hayden Christensen e seu Anakin Skywalker. Esta não é a primeira vez que Hayden retorna ao universo de Star Wars, tendo feito uma participação vocal em A Ascensão Skywalker e participado como Darth Vader em Obi-Wan Kenobi, porém, é aqui que vemos o seu real retorno a esse universo, e que retorno. Em Ahsoka, vemos um Hayden confortável e divertido, a felicidade dele de estar de volta é palpável. Ele também estudou o personagem em Clone Wars e seu relacionamento com Ahsoka e aqui cria um Anakin perfeitamente equilibrado em Anakin de Clone Wars, dublado por Matt Lanter, e Anakin interpretado por ele nas prequels. É impossível segurar o sorriso quando ele chama Ahsoka pelo apelido que ele a deu em Clone Wars e é difícil segurar as lágrimas ao ver a linda performance que Hayden entrega. Ele é Anakin. E seu episódio traz algumas das cenas mais incríveis de todo universo Star Wars. Espero que a Disney continue o chamando para voltar, para que ele possa desenvolver ainda mais seu personagem e receber todo amor que merece dos fãs.

Foto: Ahsoka / Divulgação: Disney+

E Vale a Pena Assistir?

Ahsoka é uma série que traz novos elementos nunca antes vistos no formato live-action de Star Wars e inicia um arco muito maior que ainda está por vir. Logo, a produção pode ser apreciada por espectadores que já assistiram à animação, e também por quem nunca teve contato com esse lado do universo.

Dave Filoni mostra, mais uma vez, o porquê de ter sido escolhido como aprendiz de George Lucas e nos dá esperança do que vem aí!

Ahsoka está disponível no Disney+

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